Branco, rosé, tinto, ou... laranja?
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Sim, a cor de um vinho pode ser laranja. Se você ainda não ouviu falar nisso, essa é a hora. Se você ainda não experimentou, essa também é a hora!
A grosso modo, um vinho laranja é um vinho branco produzido como se fosse um vinho tinto.
Para produzir vinhos brancos, o produtor prensa as uvas assim que elas chegam à vinícola, separando rapidamente os sólidos, para reduzir o impacto da casca sobre o mosto e manter a cor pálida do vinho.
Para produzir vinhos tintos, o produtor prensa as uvas somente após determinado perído de maceração, no qual a parte sólida das uvas permanece em contato com o mosto.
Uvas tintas vinificadas como vinho branco produzem o vinho rosé, em um processo chamado compressão direta. Essa é, na realidade, uma das diferentes maneiras que os enólogos têm de fabricar vinho rosé. Se quiser conhecer outras, clique aqui.
Já uvas brancas vinificadas como vinho tinto produzem o vinho laranja! Sim, o vinho laranja é o resultado da maceração prolongada de uvas brancas.
Para produzir um vinho laranja, os enólogos recorrem, muitas vezes, a vasos de argila, ou ânforas de barro. Esses vinhos são considerados ainda mais pitorescos, por utilizarem antigas tradições vitivinícolas que remetem ao Cáucaso, área geográfica que divide a Europa da Ásia, onde fica a Geórgia, que é de onde vêm as evidências mais antigas do cultivo da vinha, e onde o vinho teve sua origem.
E foi com o intuito de resgatar antigas práticas e retornar às raízes da vitivinicultura, que alguns produtores passaram a se dedicar ao vinho laranja, a partir de meados da década de 1990. Eles buscavam fugir das largas escalas comerciais. Esse é, sem dúvida, um vinho de nicho, e não de escala.
Quem popularizou, de alguma forma, esse vinho, foram a Itália e a Eslovênia. Mas é possível encontrar rótulos produzidos em diversas partes do mundo, como França, Chile e Califórnia.
E como são vinhos laranjas? A cor deles, na realidade varia de dourado a âmbar. Eles combinam a acidez, o caráter frutado e a mineralidade dos brancos, com a textura, o corpo e os taninos dos tintos. Eles combinam delicadeza com estrutura. Seus aromas e sabores remetem a damascos, cascas de laranja e de maçã.
Se o vinho rosé é visto, por muitos, como um meio-termo entre os brancos e os tintos, os apaixonados pelo vinho laranja costumam dizer que esse é, na verdade, o melhor dos dois mundos! Será exagero?
Experimente, e forme sua própria opinião...
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